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Social listening: o impacto do público em momentos de crise

Temporadas de crise econômica não são nem nunca foram novidade. Todas as empresas sofrem impactos diferentes, mas aquelas que conseguem se ajustar dentro do próprio contexto saem fortalecidas e mais bem preparadas para seguir enfrentando os obstáculos do mercado. Em tempos de dificuldade, agências de comunicação e publicidade precisam reinventar alguns de seus métodos e estratégias (para si mesmas e para os clientes), o que nos leva a uma das alternativas a momentos de crise quando se trata do mercado digital: o social listening, também conhecido como monitoramento de redes sociais.

O que significa

Genericamente, social listening se trata de uma prática que inclui o reconhecimento e tratamento das informações geradas pelos usuários de redes sociais e seus discursos em torno de um assunto e/ou uma marca. A coleta e a análise dessas postagens pode gerar estudos com desdobramentos para diversos setores possivelmente interessados. Todas as análises feitas a partir do monitoramento das redes sociais podem ser executadas em diferentes níveis, dependendo, portanto, da maturidade que a empresa tem internamente com relação ao digital e as expectativas alimentadas em curto, médio e longo prazo.

Escute o seu o público

As marcas precisam ouvir o que as pessoas estão dizendo a seu respeito, mas também a respeito do campo temático em que se inserem, o nicho em que atuam. Conforme as empresas e as agências conseguem ouvir, reconhecer, categorizar e analisar as mensagens publicadas pelos usuários, é possível gerar uma inteligência facilmente aplicada ao dia a dia de mídias sociais da empresa e até no desenvolvimento e aprimoramento dos produtos. Além disso, o social listening é base para a avaliação da reputação e saúde da empresa nas redes sociais (o que nada menos é do que parte do reflexo do ambiente off-line). É iniciado, então, o pensamento de como reverter, mudar ou melhorar o discurso da empresa em pontos estratégicos e até o posicionamento dela a respeito de assuntos críticos.

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 Acredite nas oportunidades

Momentos de crise precisam ser encarados como oportunidades de atingir novos consumidores, expandir a atuação da marca e melhorar seu posicionamento através da antecipação de necessidades do público. Aqui, podem ser pensados novos produtos, adaptações dos já existentes, discursos relevantes a serem incorporados na comunicação da marca e até posturas a serem apropriadas pelos perfis nas redes sociais. Crise no mercado exige adaptabilidade, atualização e autocrítica para repensar métodos e processos em favor da empresa, principalmente no digital, uma área em que ‘o que funciona’ já nasce com um prazo de validade caso estas características não sejam incorporadas de maneira criativa e personalizada por cada empresa. Seguir exemplos e aproveitar o movimento do que está dando certo sempre restringe o aproveitamento que uma empresa pode ter dessas oportunidades, por isso a necessidade de inovar e gerar conteúdos que incentivem as pessoas a interagirem de novas formas entre si, gerando valor de maneira espontânea para a empresa como consequência.

Olhe para o seus canais

O social listening geralmente começa como uma premissa básica para o desenvolvimento estratégico das companhias em mídias sociais, mas com o amadurecimento desse trabalho, as marcas se tornam mais atentas e receptivas naturalmente aos questionamentos e impressões do público por causa do impacto na comunicação. As demandas representadas por bons projetos de social listening são necessidades dos consumidores, expressadas de maneira pública e à disposição de qualquer empresa ou marca que se disponha a ouvi-las. Às vezes não é preciso um núcleo de inovação ou grandes empenhos em ofertas inéditas ao público, basta ouvir o que já está sendo dito em canais sociais e conhecer melhor os possíveis consumidores. É dessa maneira, mas não exclusivamente desta, que conseguimos ter noções mais próximas do real porque monitoramos discursos emitidos por usuários que já estão sob o mesmo contexto econômico que as empresas, com restrições financeiras e necessidades de adaptação das próprias rotinas de consumo.

Texto escrito por Rodrigo Lorenzi.